Nos Bastidores da Mente Criminosa: Analisando o caso do Jovem violou e matou a própria mãe
- Herman Manuel
- 3 de set. de 2023
- 3 min de leitura
Caros leitores,
No coração da justiça está a busca pela verdade, e frequentemente, a verdade é mais complexa do que podemos imaginar. Hoje, vamos mergulhar nas profundezas da psicologia forense ao analisar um caso recente que ilustra a complexidade do trabalho dos psicólogos forenses e a importância crítica de sua contribuição para o sistema legal.

Este caso envolve um homem de 42 anos acusado de matar sua própria mãe, uma idosa de 66 anos, em Luanda. O crime ocorreu na última sexta-feira, na Rua Sagrada Esperança, perto do laboratório de engenharia no distrito da Maianga. De acordo com os familiares, o motivo do crime seria para que o homem tomasse posse da casa onde morava com a mãe. O corpo da vítima foi encontrado escondido em um tanque de água na residência.
Analisando os factos, através da lente da psicologia forense, vamos mais uma vez tentar explorar as possíveis motivações psicológicas que podem estar por trás desse terrível incidente. Dos quais listamos as seguintes hipóteses:
Personalidade Antissocial: Uma hipótese sugere a presença de traços de personalidade antissocial no agressor. Indivíduos com esses traços demonstram falta de empatia, remorso e consideração pelos sentimentos e direitos dos outros. O histórico de agressões anteriores ao crime pode sugerir um padrão de comportamento violento e uma incapacidade de aprender com as consequências.
Comportamento Narcisista: A motivação para tomar posse da casa da mãe sugere uma possível influência de traços narcisistas. O narcisismo é caracterizado por um ego inflado, um senso exagerado de autoimportância e um desejo de receber atenção e admiração constantes. O agressor pode ter considerado a casa como uma extensão de sua própria identidade e, ao perceber a possibilidade de perdê-la, agiu de forma a preservar sua imagem narcisista.
Abuso de Substâncias: O abuso de álcool e drogas é uma hipótese significativa, uma vez que pode ter desinibido o agressor e afetado seu julgamento. O uso excessivo dessas substâncias pode levar a comportamentos impulsivos e violentos, especialmente em situações de estresse ou conflito.
Ciúmes e Richas Familiares: A presença de conflitos não resolvidos e sentimentos de ciúmes em relação à mãe pode ter desempenhado um papel importante no crime. Brigas nas relações familiares podem ter alimentado ressentimentos que culminaram no ato violento.
Transtornos Mentais ou Psiquiátricos: A hipótese de distúrbios mentais, como esquizofrenia ou transtornos de personalidade, é uma consideração importante. Distúrbios mentais não tratados podem distorcer a percepção da realidade e levar a comportamentos violentos e irracionais. Uma avaliação psiquiátrica adequada é necessária para confirmar ou descartar essa hipótese.
Impulsividade: A impulsividade pode ser um fator chave no caso. O agressor pode ter agido sem pensar nas consequências de seus atos, especialmente em um momento de raiva ou frustração extrema.
Em suma...
Finda as considerações gerais, é crucial ressaltar que a compreensão judicial do presente caso exige uma investigação minuciosa por parte de profissionais qualificados em psicologia e psiquiatria forense para entender os reais factores psicológicos que levaram a esse acto. Além disso, as autoridades encarregadas da aplicação da lei devem conduzir as investigações estritamente de acordo com o devido processo legal.
O caso que analisamos aqui serve como um lembrete da importância de entender os factores psicológicos por trás de actos violentos e perturbadores. Para o efeito a psicologia forense desempenha um papel fundamental na busca por respostas e na garantia de que a justiça seja feita.
Com respeito,
Herman Manuel
Psicólogo Clinico e Forense
Comments